RENASCIMENTO
Luís Vaz de Camões (nascido em 1524, Lisboa ou Coimbra e falecido em Lisboa a 10 de junho de 1580) foi um poeta nacional de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontadesMudam-se os tempos, mudam-se as vontades,Muda-se o ser, muda-se a confiança;Tomando sempre novas qualidades.Todo o mundo é composto de mudança, Continuamente vemos novidades,E do bem, se algum houve, as saudades.Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança,E em mim converte em choro o doce canto.O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Luís de Camões
Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões
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